Bom design é esteticamente agradável
Pode parecer óbvio, mas como estabelecer um padrão de “beleza” no Design se o que é bonito para alguns não é para outros? Como fazer um Design esteticamente agradável se cada pessoas tem suas preferências?
O que é beleza?
“…Que me perdoem, mas a beleza é fundamental”. Essa frase de Vinícus de Moraes se refere as curvas femininas, mas cabe também ao Design: todo produto de sucesso precisa ser bonito. Mas o que é beleza?
Podemos dizer que a beleza é a forma com que nos relacionamos com o mundo. No livro “O que é beleza” de João Francisco Duarte Junior, o autor tem uma definição muito boa de beleza:
Beleza não diz respeito às qualidades do objeto, mensuráveis, quantificáveis e normatizáveis. Diz respeito a forma como nos relacionamos com eles. Beleza é relação (entre sujeito e objeto).
Ou seja, a beleza é o resultado da relação entre o sujeito (o público do produto, seja este qual for) com o objeto (o produto em si), sendo que na relação estética o que interessa ao sujeito é a forma do objeto, sua aparência, e não sua função. Por este motivo que um produto sem funcionalidade pode nos parecer agradável esteticamente.
Filtre seu público
O número de fatores que influenciam na percepção que temos do que é belo é enorme, e para podermos ter certeza de que estamos criando um produto “bonito”, é importante ter bem definido o público para o qual estamos projetando. Nesta etapa as pesquisas prévias se mostram uma excelente ferramenta, uma vez que para se ter garantia de que o produto será agradável, devemos considerar aspectos econômicos, sociais, religiosos, etc, tudo dependo do público.
Um exemplo bem claro é a cor dos objetos: embora a teoria das cores seja conhecida por qualquer designer, na hora de selecionarmos a cor, devemos levar em consideração vários outros fatores. Pessoas com poder aquisitivo maior, por exemplo, costumam gostar de cores mais sóbrias, pois são consideradas mais elegantes. O próprio preto é constantemente utilizado em projetos mais requintados.
Ter um público bem definido desde o início permite uma grande economia de tempo (e respectivamente, de dinheiro), uma vez que desta forma podemos estipular padrões de beleza comuns aos usuários.
O conhecimento está escrito, use-o
Existem dezenas de livros que tratam de padrões estéticos, proporções harmônicas, proporção áurea, etc. Embora alguns profissionais considerem esse tipo de conhecimento um empecilho a criatividade, algumas vezes podem ser de grande ajuda. De fato, saber utilizar proporções harmônicas exige um bom estudo do projeto, e demanda de tempo. Ao contrário do que muitos pensam, adequar uma ideia de layout a uma determinada proporção pode ser muito mais difícil do que simplesmente fazer um jogo de pesos visuais para determinar a localização dos elementos gráficos, por exemplo.
A grande vantagem de um design mais planejado, é que mesmo ele podendo fica mais “rígido” (embora uma coisa não determine a outra, ou seja, mesmo um projeto feito completamente dentro de um grid pode ter grande dinamismo e vice-versa) as chances dele agradar seu público são maiores. É possível fazer um trabalho bom sem um grande planejamento, mas os grandes trabalhos, aqueles que são homenageados pela crítica, esses foram feitos com muito planejamento e trabalho duro, sempre lembre-se disso na hora de criar.